Pensamentos corretos com relação ao dinheiro

Agora que o leitor já compreendeu que a prosperidade, inclusive financeira, é o desejo de Deus para nossas vidas e que há em nossa mente é importante para Ele pois influenciará nossas atitudes, creio que doravante é fundamental abordar alguns pensamentos equivocados que as pessoas podem ter com relação às riquezas materiais.

Contudo, preciso deixar claro novamente que não desejo que o leitor fique estimulando seus pensamentos para atrair riqueza. Não é isso. Também não quero que o acúmulo de bens seja o foco de suas vidas. Porém, preciso que tenham compreendido que para Deus a prosperidade financeira não é algo ruim, tanto que ela é apontada como prêmio para aqueles O obedecem, bem como que ter pensamentos adequados com relação às finanças é fundamental para estar aberto a receber e desfrutar de algo que Ele mesmo considera como um dos aspectos de uma vida abençoada. Ou seja, não quero que você pense ser ruim algo que, na ótica de Deus, é considerado bom.

Por isso, neste capítulo pretendo desmitificar algumas crenças que encontro no meio cristão e que, de tão esdrúxulas, talvez alguém se admire e até imagine que estou exagerando. Mas, lembre-se, nem todos enxergam o mundo igual a você e aquilo que as pessoas pensam pode nos surpreender, tanto por ser genial, como também por não fazer qualquer sentido.

Não nasci em família rica, nem passei minha infância e juventude entre os ricos de minha cidade, mas entre pessoas simples e de classe média. Estudei em escola pública e precisei trabalhar para, a partir do segundo ano do curso de direito, pagar minha faculdade. Quando comecei frequentar igreja protestante, tive muito contato com pessoas com ainda menos recursos financeiros e me chamava atenção para determinados comentários que ouvia ou mesmo posturas que notava.

Por exemplo, um dia, na igreja, quando estava perto do bebedouro, presenciei uma irmã muito humilde comentando para outra acerca de uma terceira que passava. A terceira estava bem vestida e percebia-se que a saúde física estava em dia, então surgiu o comentário: “Também, tem funcionárias para fazer tudo em casa, daí pode se cuidar”. Ora, duvido que ali houvesse o sincero desejo de prosperar e poder ter uma vida parecida, mas, pelo contrário, percebi, no mínimo, inveja. A questão é: será que aqueles sentimentos ajudavam ou atrapalhavam sua vida pessoal? Será que a crença de que apenas quem tem muitos funcionários consegue cuidar do corpo está correta? Claro que não. Além de estar errada, ainda é um obstáculo caso deseje investir em cuidar de sua aparência. Por outro lado, também não notei nela o desejo de um dia ter dinheiro para pagar funcionários que cuidem da casa e assim poder se cuidar.

Esse é apenas um singelo exemplo de uma mente com ideias equivocadas. Se alguém possui sentimentos contrários ao dinheiro, à riqueza, a uma vida confortável ou alimente sentimentos ruins contra quem desfruta dessas condições, ainda que diga que quer prosperar e trabalhe para isso, o interior não estará em paz e a boicotará, pois seu íntimo não deseja se transformar em algo que não admira, tenha repulsa ou que, pior ainda, atraia sentimentos ruins.

O que vou descrever em seguida são apenas alguns breves exemplos, mas meu objetivo maior é que o leitor compreenda que a prosperidade é plano de Deus para sua vida.

– É mais fácil passar um camelo pelo fio de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus

Jesus fez essa afirmação logo após um jovem rico sair de sua presença decepcionado, pois possuía muitos bens e provavelmente considerou alto demais o preço para aquilo que buscou. Existem diversas explicações para o significado dessa passagem, especialmente para o tal do “fio da agulha”, alguns buscam um discernimento com base nos costumes da época e outros em aspectos mais espirituais, porém, fato é que uma coisa Ele deixou muito claro: que entrar no reino dos céus é muito difícil. Que houve a intenção de transmitir essa mensagem, isso é inegável.

Não é sem motivo que no judaísmo se ensina que pobreza e riqueza são dois testes e que o da riqueza é o mais difícil, em que pese muitos preferirem passar por ele, do que suportar a miséria. Na pobreza, o problema principal está na murmuração e na falta de confiança em Deus, condições que se assemelham ao pecado da idolatria. Já na riqueza, o obstáculo está em manter-se fiel e temente a Deus, com a fé, a confiança e a segurança alicerçadas apenas nEle e não na falsa segurança das provisões materiais.

Jesus estava falando para um público prioritariamente composto de judeus e esses possuem um entendimento bastante diferente de nós, atuais cristãos, quanto a forma de acessar o reino de Deus. Para eles, um bom lugar no mundo vindouro é conquistado por meio do cumprimento dos mandamentos da Torá, compostos de 613 regras positivas (faça) e negativas (não faça). Ora, pelas centenas de preceitos já dá para imaginar como deve ser uma tarefa muito difícil observar todos, sempre.

Contudo, Jesus nos trouxe a possibilidade da salvação por meio da graça, pois o céu e a presença de Deus são valiosos demais e, por isso, não há nada que façamos que seja capaz de nos dar o “direito” de desfrutá-la. Não é um ingresso à venda, mas sim um convite feito a todos, basta aceitar.

Exatamente por esse motivo é que logo após dizer que dificilmente um rico entrará no céu, Jesus completa: “Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis”. É essa afirmação, aliás, que nos dá infindável esperança, pois não é apenas acerca das riquezas que Ele alertou, mas contra várias atitudes, formas de pensamento e sentimentos que guardamos no coração. Ou seja, ainda que tenha uma única moeda para comprar a próxima refeição, provavelmente você tropeçará em algum outro aspecto das leis divinas. Por isso, a salvação tem que ser de graça e pela graça.  Então, acreditar que viver na pobreza pagará ou facilitará o acesso ao céu, é o mesmo que colocar a fé numa circunstância terrena e não unicamente nEle. Se isso ocorrer, já se tornou idólatra.

– Venda tudo e dê aos pobres

Certa ocasião, fiz uma postagem em rede social exaltando a prosperidade que provém de Deus, então me marcou o fato de que algum usuário repetidamente transcreveu na parte dos comentários a passagem bíblica em que Jesus orienta o Jovem Rico a vender o que possui, dar aos pobres e segui-Lo. Parece-me que ao fazer isso o desagradável cidadão estava querendo dizer que Deus era contra a riqueza. Infelizmente, essa passagem confunde muitas pessoas.

A recomendação que Jesus fez ao jovem rico não foi repetida a todos que encontrou. Se a mensagem principal do Evangelho fosse a exaltação de uma vida de sofrimentos materiais, então este livro que você está lendo nem deveria existir, mas a realidade é que a riqueza não é de modo algum problema em si mesmo, aliás, como já visto inicialmente, é a recompensa terrena para aqueles que O obedecem. Não devemos rotular como ruim, algo que Deus considera uma forma de benção.

Então, por que a orientação de vender tudo e dar aos pobres? Isso foi recomendado para aquele jovem porque a riqueza estava ocupando o lugar que deveria ser apenas de Deus em seu coração. E se essa for a sua realidade, o caminho é o mesmo, pois nada nesta vida temporária é mais importante do que as promessas reservadas para a vida eterna.

Contudo, nem todos receberam a mesma orientação quando estiveram diante de Jesus, porque Ele costumava abordar no plano individual aquilo que era problema na vida de seu interlocutor. Quando falou com o doutor da lei, contou a parábola do bom samaritano; ao ser indagado por Nicodemos – que certamente não era pobre, pois pertencia ao Sinédrio – explicou sobre a necessidade de nascer de novo; já para a mulher samaritana, abordou inclusive sobre adoração. Como o ensino sobre o Reino de Deus foi uma das principais mensagens de Jesus, então, nas conversas individuais, Ele procurava alertar para o pecado específico que estava impedindo quem Lhe procurava de acessar esse lugar eterno.

Eu também passei por situação parecida. Foi numa época de muita busca e exposição à presença dEle que recebi a mensagem que transmito no livro Tsedacá – O Propósito da Prosperidade. Isso porque, eu mesmo era bastante resistente em ajudar pessoas em estado de necessidade, com grandes dificuldades em exercer a misericórdia, porque julgava que os problemas financeiros eram culpa da falta de empenho de quem padecia. Diante disso, a resposta à minha busca por revelação foi entender sobre a prática da tsedacá, sobre a qual também falarei um pouco neste livro.

– É possível ser rico e ao mesmo tempo humilde de espírito

Certa vez, Jesus subiu num monte e proferiu um sermão na forma de ensinamentos que chocaram o modo de pensar da época e revolucionaram o que aconteceu na história após ele, pois representou uma mudança de paradigma, prestigiando qualidades e circunstâncias que não eram tão valorizadas. Aliás, atualmente também não estão sendo prestigiadas. Enfim, trata-se do famoso Sermão do Monte. No início dele há as chamadas “bem-aventuranças”, com forte mensagem de esperança diante das aflições.

É nessa parte que Jesus afirma que bem-aventurados são os humildes de espírito. Acontece que existe uma interpretação errada quanto a isso, porque a característica de humildade espiritual nada tem a ver com a falta de dinheiro. Existem pobres que são também humildes, mas igualmente há os que são orgulhosos. Do mesmo modo, existem ricos que são orgulhosos, mas também os que são humildes. Acreditar que padecer com escassez de recursos é uma boa aventurança, é um equívoco.

CONTINUA…

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Querido leitor,

Está gostando deste texto?

Ele é trecho de um dos capítulos do livro que eu publiquei “Deus deseja sua prosperidade”.

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Abaixo, coloco os links para facilitar.

Muito obrigado e que Deus te abençoe poderosamente.

Sobre o Autor

H. S. Lima

H. S. Lima é escritor, advogado e palestrante. Tem como propósito de vida compreender os princípios eternos contidos principalmente nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, chamados de Pentateuco ou Torá, identificar a compatibilidade com a mensagem de Jesus Cristo, para então ensinar como observá-los na vida pessoal e profissional.

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