Coincidência ou não, tão logo foi lançada a série “Profecia do Inferno”, cujo título em inglês é “Hellbound”, disparou a procura por um texto que escrevi e que acabei transformando em um pequeno livreto chamado “A salvação da alma no judaísmo, no cristianismo e no islamismo”, o que me motivou escrever algumas impressões sobre essa série da Netflix.
Quem conhece meus livros, textos e vídeos, sabe que procuro escrever para pessoas que creem no Deus da Bíblia, mas que não gostam de estruturas religiosas ou que não se limitam a qualquer dogma religioso. É grande o número de pessoas que não se intitulam católicas, evangélicas, pentecostais, espírita etc., mas que acreditam em Deus, gostam de aprender sobre Ele e se esforçam em tentar ter uma vida correta. Além do mais, a própria série evidencia como podem ser perigosas igrejas lideradas por pessoas sem escrúpulos.
Eu dividiria essa primeira temporada em três fases: a primeira em que apenas os pecadores recebem a profecia de sua morte; a segunda em que inocentes também a recebem; e a terceira parte em que uma personagem ressuscita.
A primeira parte, onde apenas os pecadores são condenados ao inferno, me chamou bastante atenção, especialmente por questões bíblicas.
A série não deixa claro exatamente quais pecados levam ao inferno, apenas é dito que, dentro de cada um de nós, sabemos discernir entre o certo e o errado, o que é biblicamente correto.
Por outro lado, a serie deixa escapar o fato de que a própria Bíblia diz que todos pecamos e que não há um justo sequer. Então, todos aqueles que ficavam assistindo as “demonstrações” (em que apareciam os anjos do inferno), deveriam se preocupar, pois eles certamente também tinham pecados em suas histórias.
Aliás, se aqueles personagens tivessem lido meu livro “A salvação da alma perante o judaísmo, o cristianismo e o islamismo”, saberiam como se livrar daquele enrosco.
Primeiro, deveriam demonstrar genuíno arrependimento, praticando a Teshuvá – também tenho textos sobre isso – que se desdobra em três fases: (1) abandonar o pecado; (2) confessar e pedir perdão a Deus e; (3) reparar o mal, isto é, os danos causados.
Segundo os judeus, praticando essa teshuvá (arrependimento), junto com a tefilá (orações) e a tsedacá (caridade), a salvação do inferno – e daqueles bichos medonhos – estaria assegurada.
Para os cristãos, a doutrina se divide em duas opções: 1 – alguns cristãos acreditam que basta ter fé em Jesus, confessando-o como Senhor e Salvador, que salvação estaria assegurada; 2 – para outros cristãos, além dessa fé, é necessário ter uma vida que demonstre frutos dignos de arrependimento, junto com atitudes que demonstrem amor a Deus e ao próximo.
Como racional que sou, costumo brincar que é melhor errar pelo excesso. Então, além de crer e confessar a Jesus como Senhor e Salvador, convém buscar viver uma vida em sintonia com o que ele pregou e ensinou, especialmente aquilo que está no Sermão da Montanha (que você encontra no livro de Mateus, capítulos 5, 6 e 7. Vai lá, lê, pratica e fica em paz).
A segunda fase da temporada – em que os inocentes também passam a ser condenados ao inferno, inclusive um recém-nascido – já fica mais complicada, pois teria que adicionar outros elementos como a ideia do pecado original ou até mesmo a da maldição hereditária em que os pecados cometidos por uma pessoa alcançam até a descendência da terceira e quarta geração. Esse é um grande assunto espinhoso.
Já aquela que identifico como terceiro grande momento da primeira temporada é a ressureição de uma importante personagem. Não teria ela experimentado “a segunda morte”, como está na Bíblia? Teria sido redimida de seus pecados após uma temporada em algo semelhante a um purgatório como creem católicos e judeus (com a diferença que depois do purgatório, vai-se para o plano espiritual e não mais terreno)?
Enfim, o que me agradou na série é o fato de levantar o interesse por questões espirituais, por trazer à tona o assunto do pecado, da punição divina, da onisciência de Deus. Claro que por se tratar de uma série feita para a televisão, precisamos dar um caminhão de desconto por várias situações, mas, grosso modo, considerei boa a temática.
Quer saber mais sobre esse assunto? Compre o livro “A salvação da alma no judaísmo, no cristianismo e no islamismo”, tem tanto no formato ebook como livro impresso e está à venda em vários sites.
Que Deus te abençoe e que este texto te ajude em reflexão.