Tsedacá – O propósito da prosperidade (parte da conclusão)

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Como visto ao longo deste livro, não se trata de compartilhar apenas uma esmola (no sentido pejorativo de quantia irrisória), mas algo que custe, que signifique algum sacrifício do conforto. Outro aspecto importante é que essa prática de destinar recursos para suprir a necessidade dos miseráveis e dos aflitos deve ser constante, ou, pelo menos, na mesma periodicidade da renda. Se esta é recebida mensal, semanal ou diariamente, que a distribuição aos necessitados seja de igual forma. Não basta doar apenas “de vez em quando”, ajudar só eventualmente alguém que precisa ou então realizar esporadicamente algum trabalho social. Bem pelo contrário, deve-se ter isso como hábito, é o que o apóstolo Paulo chamou de ser “ricos em boas obras”.

Sobre o “quanto” compartilhar com os necessitados, foi visto que há vários parâmetros e que, para os cristãos, libertos da lei mosaica, mas sujeitos aos ensinamentos de Cristo, é impossível determinar um percentual fixo. Contudo, Jesus disse que se deve exceder em muito os escribas e os fariseus no cumprimento da vontade de Deus. Então, o ideal é começar fazendo mais do que o mínimo. Às pessoas que pedem orientação, a sugestão é que façam as seguintes contribuições, calculadas sobre a renda: a) 10%  para a Igreja (seja ela qual for), para a manutenção e ampliação da obra; b) 3,33% como primícias (como honra ao Eterno), devendo ser entregues para quem exerce a função de sacerdote sobre sua vida; c) destinar parte relevante da renda para os pobres, podendo ser para a ação social da igreja, para algum orfanato, casa de abrigo, asilo, casa de recuperação, cestas básicas etc.; d) estar sempre disponível em ajudar os que pedirem.

Quanto à “parte para os pobres”, isto é, a alínea “c” indicada no parágrafo anterior, o mínimo estabelecido por Deus é de 3,33%, mas os rabinos aumentaram para 10% pelos motivos já explicados. Para os cristãos, que são, ou pelo menos deveriam ser, desapegados dos bens materiais, é salutar que a contribuição seja superior à mínima. Sabe-se que é difícil e que, para quase todos, isso exige mudanças na organização familiar. Por isso, uma medida adequada para começar compartilhando com os necessitados é a de 5%, que deve ser aumentada à medida que for possível, seja por estar sendo abençoado, ou mesmo por estar se desapegando das vaidades materiais. Isso porque a prática de ajudar os que padecem tem o incrível efeito de gerar no íntimo a vontade de fazê-lo cada vez mais.

Praticar a tsedacá faz brotar no coração um amor pelos que padecem, e a vontade de trabalhar, de conquistar, de ser vencedor no mundo dos negócios, ganha outra dimensão, pois a vida recebe novo sentido. Se antes de praticar tsedacá havia algum temor de ter dinheiro, agora se começa a sonhar com o que seria possível fazer em favor dos pobres se houvesse mais recursos. O anseio de ser provedor de alguns trabalhos sociais passa a permear o coração: manter casas de abrigo para crianças em situação de risco social; cozinhas sociais para moradores de rua e trabalhadores de baixa renda; projetos que proporcionem reforço escolar para crianças carentes; prover bolsas de estudo… São tantas as possibilidades e é tão prazeroso ver vidas sendo alcançadas, que a vontade é ser cada vez mais generoso.

CONTINUA…


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Muito obrigado e que Deus te abençoe poderosamente.

Sobre o Autor

H. S. Lima

H. S. Lima é escritor, advogado e palestrante. Tem como propósito de vida compreender os princípios eternos contidos principalmente nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, chamados de Pentateuco ou Torá, identificar a compatibilidade com a mensagem de Jesus Cristo, para então ensinar como observá-los na vida pessoal e profissional.

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