É obrigação ofertar valores para ajudar os pobres?

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Ter dinheiro não é problema, desde que ajude quem padece

A prosperidade material, a abundância de dinheiro e as riquezas não são pecado. Na verdade, o dinheiro é neutro. É tal como a televisão ou a internet, depende de como é usado. Sem dúvida que, como dito anteriormente, o teste da riqueza é bastante difícil, e Jesus confirmou isso, pois é muito grande o risco de se tornar apegado aos bens materiais.

Nisso a prática da tsedacá é fundamentalmente útil, porque, quando  se passa a dar atenção em suprir as necessidades dos desvalidos, tira-se o foco do próprio “eu”,   e isso ajuda a diminuir o egoísmo. Uma pessoa pode ter milhões de dólares em patrimônio e não ser avarenta, porque investiu também milhões em ajuda aos pobres e nas obras do Reino de Deus. Essa pessoa é um mordomo, porque, sem reter e sem deixar de ajudar quem padece, apenas desfruta daquilo que Deus lhe confiou, pois sabe, inclusive, que foi Ele quem deu a capacidade para conquistar a posição que alcançou.

Independentemente da controvérsia se o que Jesus contou sobre Lázaro e o Rico (Lc 16) foi um acontecimento real ou apenas uma parábola, o fato é que Ele ensinou uma lição em absoluta concordância com a transmitida na parábola do Bom Samaritano. Ao contrário do que pode parecer, a intenção não foi condenar o dinheiro, mas a forma como ele é utilizado, porque é isso que importa. O pecado não foi o homem ser rico, porém errou ao ser avarento e omisso ao não ajudar Lázaro, preferindo viver exclusivamente para seu próprio conforto. Tal como no caso do sacerdote e do levita da parábola do Bom Samaritano, a falta de amor ao próximo fez com que o rico fosse condenado por não ter ajudado Lázaro, mesmo tendo amplas condições de fazê-lo.

Jesus falou que sempre haverá pobres (Jo 12:8), o que significa que ninguém, por mais bem-intencionado e rico que seja, conseguirá extinguir a pobreza do mundo. Contudo, isso não pode ser justificativa para deixar de efetivamente fazer algo para ajudar. Ambas as parábolas revelam a mesma obrigação: expressar misericórdia ao próximo por meio de atitudes que supram as necessidades dos que padecem.

Ajudar os pobres fazia parte do cotidiano de Jesus e seus discípulos

O pastor Luciano Subirá, na pregação “Brilhe a sua Luz: As boas obras (Parte 2)”[1], faz uma inteligente comparação entre santidade e boas obras (referindo-se às obras de caridade). Explica que, apesar de a santidade não salvar, ninguém ousa ser displicente com essa característica da vida cristã, a fim de não colocar em risco a própria salvação. Ele lembra que o mesmo raciocínio deve ser aplicado às boas obras, pois, se fomos salvos para elas, deveríamos ter a preocupação de praticá-las, assim como temos de buscar uma vida longe do pecado. A partir do Evangelho de João, o Pr. Subirá ainda apresenta uma revelação importante. Alguns discípulos, ao ouvirem Jesus dizer a Judas para realizar depressa aquilo que estava para fazer, somente conseguiram pensar em duas opções: o apóstolo deveria comprar o necessário para a festa ou dar algo aos pobres. Eis o que está em João 13:27-29:

Tão logo Judas comeu o pão, foi possuído por Satanás. “O que você está para fazer, faça depressa”, disse-lhe Jesus. Mas ninguém à mesa entendeu por que Jesus lhe disse isso. Visto que Judas era o encarregado do dinheiro, alguns pensaram que Jesus estava lhe dizendo que comprasse o necessário para a festa, ou que desse algo aos pobres (ênfase acrescentada).

Essa passagem evidencia que dar de comer a quem tem fome era uma característica marcante no ministério de Jesus. Do contrário, numa situação como essa, em que Ele não disse abertamente o que era para ser feito, os discípulos não teriam cogitado essa alternativa, conclui o referido pastor.

Deve haver empenho na prática das boas obras

O apóstolo Paulo insistia que houvesse efetivo empenho na prática das boas obras, não apenas um envolvimento superficial. Ele orienta o discípulo Timóteo a ordenar aos ricos que pratiquem as boas obras, pois assim, consequentemente, alcançarão a verdadeira vida:

Ordene[AT2]  aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos para repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida (1 Tm 6:17-19,ênfase acrescentada).

Da mesma forma escreveu a Tito, dizendo que Jesus Cristo se entregou para libertar da iniquidade e para purificar para si um povo especial, que tinha, ou que deve ter, a seguinte característica: ser “zeloso de boas obras”:

CONTINUA…


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Sobre o Autor

H. S. Lima

H. S. Lima é escritor, advogado e palestrante. Tem como propósito de vida compreender os princípios eternos contidos principalmente nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, chamados de Pentateuco ou Torá, identificar a compatibilidade com a mensagem de Jesus Cristo, para então ensinar como observá-los na vida pessoal e profissional.

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