Quanto destinar para a ajuda ao próximo (tsedacá)

(…)

Após refletir individualmente sobre a necessidade do desapego e da organização financeira, vale a pena refletir também sobre o que há de indicações sobre como deve ser a vida de caridade dos cristãos. C. S. Lewis argumenta:

Eu não acredito que seja possível estabelecer o que devemos dar em termos quantitativos. Temo que a única regra segura seja de dar mais do que sobra. Em outras palavras, se as nossas despesas com conforto, luxos e diversão são equivalentes ao padrão do mundo entre os que ganham o mesmo tanto que nós, provavelmente estamos dando muito pouco. Se as nossas doações não nos causarem aperto ou embaraço, devo dizer que elas são demasiado pequenas. Então deve haver coisas que gostamos de fazer, mas não podemos por causa das nossas despesas com caridade. Estou me referindo agora à “caridade” no sentido comum. Casos particulares de necessidades e aflições vividas pelos próprios parentes, amigos, vizinhos ou empregados, que Deus, por assim dizer, nos força a notar podem exigir mais ainda: até mesmo para debilitar ou pôr em risco a nossa própria posição (ênfase acrescentada).

Ou seja, o cristão sincero aprenderá a viver com pouco para que substanciais investimentos sejam feitos em obras sociais. A entrega, portanto, deve ser no nível de até mesmo, se preciso for, sofrer restrições financeiras que impeçam de realizações materiais pessoais uma vez que a contribuição para o serviço ao próximo é a prioridade.

Convém sempre lembrar o princípio básico da tsedacá: o dinheiro não pertence aos seres humanos, pois estes são meros mordomos do Dono do Universo, ao qual prestarão contas do que fizeram com o que lhe foi confiado. Wesley insiste: “‘Mas eu não posso fazer o que eu quero com o meu dinheiro?’. Aqui está o fundamento de seu engano. Ele não é de vocês. Ele não pode ser, exceto se vocês forem o Senhor dos céus e terra”. Thimoty Keller também aborda de maneira clara essa ideia:

O mordomo de um grande patrimônio tinha uma vida confortável e aproveitava os frutos de seu trabalho, porém jamais cometia o erro de achar que a riqueza sob seus cuidados lhe pertencia. Sua incumbência era gerenciá-la de modo que agradasse o proprietário e fosse justo com os outros servos.

Como se observa, existem alguns caminhos possíveis sobre o quanto dedicar para a assistência aos pobres:  1) o do Antigo Testamento, de 3,33%; 2) o dos rabinos, de 10 a 20%; 3) o de John Wesley, de ganhar o máximo, gastar o mínimo e doar todo o restante e 4) o de C. S. Lewis, de dar não apenas o que está sobrando, mas o que obriga a sacrificar parte do conforto por amor ao próximo.

Em todos eles, um princípio deve ser observado: dar generosamente e com boa vontade. É o que ensina Jonathan Edwards: “Deus nos dá a direção de como devemos dar em tal caso, fartura e de bom grado. Devemos dar generosamente e suficientemente para a necessidade do pobre”.

Apenas um caminho não encontra fundamento na Palavra de Deus: a inércia. A omissão em “pôr a mão no bolso” em favor dos pobres é um dos desdobramentos da avareza, que tem origem na idolatria.

CONTINUA…


Querido leitor,

Você está gostando deste texto?

Leia ele completo no livro que publiquei, chamado Tsedacá – O propósito da prosperidade.

Se você comprar, estará me ajudando e ainda me incentivando a escrever cada vez mais.

Abaixo, coloco os links para facilitar.

Muito obrigado e que Deus te abençoe poderosamente.

Sobre o Autor

H. S. Lima

H. S. Lima é escritor, advogado e palestrante. Tem como propósito de vida compreender os princípios eternos contidos principalmente nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, chamados de Pentateuco ou Torá, identificar a compatibilidade com a mensagem de Jesus Cristo, para então ensinar como observá-los na vida pessoal e profissional.

Veja outros conteúdos relacionados

Tsedacá – O propósito da prosperidade (parte da conclusão)

(…) Como visto ao longo deste livro, não se trata de compartilhar apenas uma esmola (no sentido pejorativo de quantia…

Tsedacá – Sobre as contribuições para trabalhos sociais

(…) Escolha livremente onde e como quer ajudar, mas ajude Até o momento, foram abordados os casos de ajudas feitas…

Tsedacá – Como entregar ofertas e ajudas pessoais

(…) Não envergonhe o oprimido O princípio que rege a forma de dar tsedacá é “não envergonhar o pobre”, pois…