A “salvação da alma” segundo o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo

Artigo disponível em inglês.

Introdução

Neste texto exponho, de forma resumida, como surgiram as três maiores religiões monoteístas (isto é, as que dizem adorar um único Deus) e quais suas principais crenças com relação à “salvação da alma”. 

Será possível notar que em determinados assuntos o judaísmo, o cristianismo e o islamismo apresentam ensinamentos semelhantes. Mas não nos enganemos, os pontos de semelhança são poucos perto das muitas e substanciais diferenças.

Quando compartilho verbalmente essas informações, fico contente em perceber que muitas pessoas têm interesse nesse assunto, por isso espero que o leitor também goste.

Antes de iniciar nosso brevíssimo resumo histórico, gos­taria que você soubesse que a mais antiga dessas três religiões é o judaísmo. Depois surgiu o cristianismo e, por fim, o islamismo. Isso parece ser muito básico, mas várias pessoas não sabem.

Alguns teólogos de cada uma dessas religiões vão querer me “matar” por simplificar demais determinados assuntos. Mas essa é a intenção, transmitir informações de modo aces­sível a qualquer leigo.

Então, vamos ao tema.

Desenvolvimento histórico (judaísmo)

No início, não existia nenhuma religião. Havia apenas uma relação direta de Deus com os homens. 

Desde a criação do mundo e de tudo o que existe, até o Monte Sinai, onde Moisés recebeu os Dez Mandamentos, pelo menos de forma organizada, não existia nenhuma dessas três religiões monoteístas.

Detalhando um pouquinho mais, saiba que, desde a Criação até Abraão, Deus não havia feito aliança com nenhuma pessoa ou povo. Nesse intervalo de tempo, viveram figuras ilustres, como Adão, Caim, Abel, Enoque, Noé; houve a Torre de Babel, ou seja, muita coisa acon­teceu, mas Deus sempre tratava de modo geral com toda a humanidade.

Entretanto, à medida que o tempo passava, a maldade entre os homens se multiplicava, especialmente a idolatria, isto é, o culto a entidades espirituais que não são “deuses”, que não possuem as características divinas como a eternidade, onipotência, onipresença e onisciência.

Então, em determinado momento, Deus falou com um homem chamado Abraão (era inicialmente Abrão e depois teve o nome mudado), fez-lhe promessas e submeteu-o a provas. Após ser aprovado em tudo, Deus confirma que por meio dele todas as famílias da terra seriam abençoadas.

Aqui há um importante detalhe. Deus prometeu que Abraão teria uma descendência. Acontece que Abraão e sua esposa Sarah já eram bem velhos e, como estava demorando muito para terem filho, pensaram em “ajudar” Deus. Assim, Sarah ofereceu sua serva, uma egípcia, para que Abraão com ela tivesse um filho. Feito isso, nasceu Ismael, que é o primeiro filho de Abraão, porém “ilegítimo”.

Ensina-se que o povo árabe é descendente de Ismael, que também recebeu de Deus promessas de bênçãos, de pros­peridade e de crescimento. No islã, a referência é sempre a “Abraão, Ismael, Isaque e Jacó”, enquanto no judaísmo e no cristianismo se diz “Abraão, Isaque e Jacó”.

Isso acontece porque, no entendimento judaico e cristão, a aliança de Deus foi confirmada apenas com o nascimento do primeiro filho legítimo de Abraão com Sarah, chamado Isaque, de quem descendem os judeus. 

Esse é um dos motivos (inconsciente, é claro) da eterna briga entre esses dois povos.

Outra curiosidade é que um dos filhos de Isaque foi Jacó, e ele teve o nome mudado para Israel, daí sua origem.

Continuando, da descendência de Isaque vieram outras figuras importantes até Moisés, que foi usado por Deus para libertar do Egito os descendentes de Abraão, que estavam escravizados havia cerca de 430 anos. Interessante é que séculos antes Deus já havia falado para Abraão que essa escravidão ocorreria e que o povo seria libertado.

Após a saída (êxodo) do Egito, esses ex-escravos precisavam de um código de conduta, então Deus entregou os Dez Mandamentos a Moisés, no Monte Sinai. Segundo ensinam os rabinos (nome dado aos líderes espirituais do judaísmo), Moisés recebeu também a Torá, que seriam os cinco primeiros livros da Bíblia que temos no cristianismo.

A partir desses Dez Mandamentos e da Torá (que é composta de 613 regras positivas e negativas, compiladas por Maimônides muitos séculos depois), o povo de Israel, após muitos altos e baixos, desenvolveu uma forma peculiar de viver, pois as regras da Torá envolvem não apenas aspectos religiosos, mas também assuntos do cotidiano.

Essas pessoas hoje são chamadas de judeus e até o presente momento sua base religiosa é a Torá, que ocupa posição máxima entre seus livros religiosos. Há também o Talmude, que são os ensinamentos e discussões orais acerca dos detalhes da Torá.

A promessa de um Salvador (cristianismo)

Iniciando com a queda de Adão no Jardim do Éden e pas­sando pelos profetas do Antigo Testamento, sempre houve a promessa da parte de Deus de que enviaria um Messias, isto é, um Salvador.

No transcorrer dos séculos, em que os profetas, em nome de Deus, prometiam um Salvador, os estudiosos do judaísmo criaram uma espécie de “checklist” para avaliar os candidatos a Messias que apareciam. Não foram poucos os reprovados.

Quando surgiu o carpinteiro Jesus de Nazaré, filho de Maria, a maioria dos religiosos da época o rejeitou como Messias, porque acreditavam que Ele não teria cumprido todos os itens da tal “checklist”.

Contudo, parte deles creu em Sua pregação e O recebeu como o Messias prometido por Deus ao longo dos séculos.

A pregação desse Messias, Jesus, foi inicialmente voltada para os judeus.

Entretanto, após sua morte e ressurreição (como nós cristãos cremos), especialmente pelo trabalho do apóstolo Paulo de Tarso, a pregação do caminho apresentado por Jesus foi estendida também aos não judeus, conhecidos como “gentios”.

Dessa maneira desenvolveu-se e expandiu-se o cristia­nismo, até chegar ao que conhecemos hoje.

Paralelo a isso, o judaísmo continua firme em suas próprias convicções e ainda esperando por seu Salvador (Mes­sias).

Vale registrar que, nós, cristãos, entendemos que os religiosos judeus se equivocaram ao interpretar as profecias, de maneira que sua não crença em Jesus como sendo o prometido Messias se deve a erro na interpretação das Escrituras (Antigo Testamento), isto é, acerca dos requisitos que o Messias deveria cumprir. Em outras palavras, os religiosos judeus equivocaram-se quanto àquilo que esperavam que o Messias fizesse enquanto estivesse neste mundo.

Assim, a Igreja Cristã passou a se desenvolver, com mui­ta perseguição, mortes e sofrimentos no início, até que efetivamente se estabeleceu e hoje é a crença monoteísta com mais seguidores no mundo.

Um novo (e último) profeta (islamismo)

O judaísmo e o cristianismo se desenvolveram paralelamente; o primeiro com sua Torá e o segundo com sua Bíblia, até que, por volta do ano 600 depois de Cristo, uma pessoa chamada Maomé (Mohammed) disse ter recebido uma série de revelações por parte do anjo Gabriel. O conteúdo dessas revelações é o que hoje se conhece como Alcorão.

Entre outras coisas, essas “revelações” diziam que os judeus haviam errado, pois distorceram as leis divinas que receberam, desviando-se do caminho de Deus. Os cristãos, por sua vez, também erraram, porque consideraram Jesus como sendo o próprio Deus, e não apenas como um profeta enviado pelo Altíssimo. Com essa divinização de Jesus, segundo o islamismo, os cristãos cometeram o mais abominável pecado, que é o da idolatria (adoração a qualquer coisa ou entidade que não seja o único e verdadeiro Deus).

Apesar de os muçulmanos “light” (não radicais) negarem, no Alcorão existe a ordem expressa de eliminar esses dois povos, por eles serem “infiéis”.

Mais um parêntese aqui. Quando defendo a fé cristã para algumas pessoas, vem a acusação de que o Deus da Bíblia também mandou matar e que a Igreja Católica come­teu atrocidades. Reconheço isso, mas explico que na Bíblia as ordens para matar nunca foram feitas de modo genérico e indiscriminado. Por exemplo, dizimaram cidades inteiras com o objetivo de tomar sua posse (não vou julgar se certo ou não, pois a ordem viera de Deus). E quando a Igreja Católica, em nome da fé cristã, promoveu chacinas, explico que isso ocorreu devido a uma distorção (bem ou mal-intencionada, não sei dizer) dos ensinamentos de Jesus, pois, na essência do cristianismo, é claríssimo o mandamento de amar inclusive os que nos perseguem (isto é, os “inimigos”), enquanto no islamismo a essência é matar os que não compartilham da mesma fé.

Fecha o parêntese e vamos adiante.

Por ser uma “continuidade” (algo parecido com isso) ou um desdobramento do judaísmo e do cristianismo, o islamismo compartilha alguns personagens e mandamentos, porém sempre faz uma releitura segundo seu próprio ponto de vista. Afirma, por exemplo, que Abraão, que chamam de Ibrahim, foi muçulmano. Sustentam que toda alma nasce com a fé islâmica, mas que seus pais a transformam em judia, cristã etc.

Vejamos alguns dos profetas do Antigo e do Novo Testamento que os muçulmanos reconhecem como enviados de Deus: Adão (Adam), Enoque (Idris), Noé (Nuh), Éber (Hud), Selá (Salih), Ló (Lut), Abraão (Ibrahim), Ismael (Ismail), Isaque (Ishaq), Jacó (Yaqub), José (Yusuf), Jetro (Shu’aib), Jó (Ayyub), Ezequiel (Dhulkifl), Moisés (Musa), Arão (Harun), Davi (Dawud), Salomão (Sulayman), Elias (Ilias), Eliseu (Alyasa), Jonas (Yunus), Zacarias (Zakariya), João Batista (Yahya) e Jesus (Isa).

Hoje essas três religiões se desenvolvem paralelamente. Gostaria de dizer que a convivência é pacífica, mas não seria verdade, pois essa última tem como missão o extermínio dos infiéis (judeus, cristãos e todos os que não creem em Maomé como o mensageiro de Deus, que chamam de Allah [Alá]).

Vejamos agora, de maneira bem geral, como ocorre a “salvação da alma” segundo cada uma dessas três religiões monoteístas.

“Salvação da alma” no judaísmo, no cristianismo e no islamismo

Nessas três religiões há o entendimento de que, após esta existência terrena, poderá haver outra vida. Não estou falando em reencarnação, pois não é outra vida terrena, mas uma vida num outro plano de existência.

Para se referir a esse “outro lugar”, essas religiões usam expressões como: Mundo Vindouro (judaísmo); Céu, Eterni­dade, Paraíso (cristianismo); Jannah ou Paraíso (islamismo). 

Apesar de cada crença retratar de modo diferente essa “segunda fase”, o que quero ressaltar é que há consenso de que, após a morte física neste mundo terreno, há uma vida em outro plano, e que a condição que desfrutaremos nela é decidida ainda nesta existência terrena.

Judaísmo

No judaísmo não se fala em “salvação da alma”. Em todas as referências da Torá a palavra “salvação” está relacionada a contextos de guerra e de perseguição pelos inimigos, ou seja, trata-se de efetiva salvação física. 

Contudo, para os judeus há a concepção de um Mundo Vindouro, em que os justos terão vida abundante e os iníquos, se ressuscitarem, será para “vergonha e horror eterno”, como está no livro de Daniel 12:2.

Então, a pergunta a ser feita é: dentro da visão judaica, como ser considerado um justo para ressuscitar e desfrutar uma vida abundante no Mundo Vindouro?

É evidente que, assim como no cristianismo, não existe uma única resposta, mas de modo geral há um consenso de que são necessárias três atitudes:

1) Arrependimento – que chamam de teshuvá. Para que haja o verdadeiro arrependimento, não basta um simples remorso, mas é necessário reconhecer o erro; confessar o erro (a Deus); reparar o erro e não mais praticá-lo;

2) Orações – que chamam de tefilá;

3) Assistência aos necessitados – que chamam de tsedacá. Ensinam que ajudar quem padece é um dever, ou seja, é um ato de justiça (por ser obrigação) e também de misericórdia. Então, quando você é misericordioso mesmo com quem não merece, os céus agem da mesma forma com você, por causa do princípio da “medida por medida”. 

Apesar de haver essas três “chaves” para o céu, a mais importante é o arrependimento, que pode ocorrer até no último instante de vida e que, se for sincero, garantirá que se será considerado um justo no Mundo Vindouro.

Outro ponto interessantíssimo nesta religião é que para desfrutar um bom lugar no Mundo Vindouro não há neces­sidade de se converter ao judaísmo. Ou seja, tanto os judeus como os não judeus poderão ser beneficiados no Mundo Vindouro. 

Portanto, o importante para ser “salvo” (concepção cristã e islâmica) não é professar a religião judaica, mas observar as leis que são aplicáveis à sua condição. Se for judeu, deverá observar os Dez Mandamentos e a Torá com seus 613 preceitos. Se for não judeu, deverá respeitar as Sete Leis Universais, também conhecidas como Sete Leis de Noé, que são princípios (mandamentos abrangentes) dos quais podem ser extraídas várias regras.

Essas Sete Leis Universais, aplicáveis a todos os seres humanos, seriam algo como:

1) Não cometer idolatria; 

2) Não blasfemar contra Deus; 

3) Respeitar a vida humana; 

4) Respeitar o direito alheio; 

5) Respeitar o casamento e a família; 

6) Estabelecer tribunais de justiça; 

7) Respeitar os demais seres vivos. 

É evidente que são princípios (abrangentes) dos quais podem ser extraídas várias normas de conduta. Quem as praticar, será bem-vindo no Mundo Vindouro.

Por causa dessa visão é que no judaísmo não há proselitismo, ou seja, não há a tentativa de converter outras pessoas, pois qualquer um pode assegurar um bom lugar no Mundo Vindouro. Também é por isso que, se alguém procura um rabino para se converter ao judaísmo, a tendência é que ele tentará por mais de uma vez desmotivar e afastar esse propósito do coração e da mente de quem quer fazê-lo. Simplesmente por ser prescindível.

Um detalhe final. Apesar de não haver necessidade de converter as pessoas ao judaísmo, por não ser necessário para a “salvação da alma”, é muito difícil ser de outra religião e, ao mesmo tempo, cumprir as Sete Leis Universais, pois é proibida a adoração de qualquer outro deus que não seja o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus do Antigo Testamento, Criador dos Céus e da Terra.

Assim, para seguir essas Sete Leis Universais, sem se tornar judeu, deve-se evitar qualquer religião e permanecer apenas como adorador do Deus Único e desenvolver um caráter alinhado às Sete Leis Universais.

Cristianismo

A visão cristã parte da ideia de que ninguém consegue “salvar-se” por si próprio, por seus próprios bons atos, por sua própria vida correta, porque todos têm uma alma com tendência a fazer aquilo que é contrário à vontade de Deus, por causa do “pecado original” cometido por Adão no Jardim do Éden.

Então, como ninguém consegue ter uma vida completamente afastada do pecado, carecemos de um Salvador para nossas almas. Esse Salvador é Jesus, o Cristo, o Messias prometido por Deus por meio de seus profetas.

Assim, qualquer pessoa que crer em Jesus, em sua ressurreição e O receber (confessando isso) como Senhor e Salvador de sua alma, herdará a vida eterna. A declaração de fé seria basicamente esta: “Reconheço e recebo a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de minha vida”.

Por “pecado” não se deve entender apenas aquilo que parece mau, isto é, segundo os próprios conceitos, mas quais­­quer atos contrários aos Mandamentos de Deus, mesmo que aparentemente não sejam tão errados, especialmente nos dias atuais, em que reina a relativização de qua­se tudo.

A necessidade ou não de mudança de vida após confessar e receber a Jesus como Senhor e Salvador foi uma discussão que existiu no início do cristianismo. Aparentemente ela havia sido resolvida ao longo da história, mas atualmente está ressurgindo.

Alguns sustentam que exigir mudança de vida para “merecer” o céu seria diminuir o sacrifício já feito de uma vez por todas na Cruz. Por outro lado, há os que entendem que de nada adianta fazer essa confissão, sem viver uma vida afastada do pecado. São dois extremos. Mas há também os mais moderados, que advogam a ideia de que a confissão sem mudança de vida até garantirá a entrada no céu, porém se chegará lá sem nenhuma recompensa (galardão), porque esta se conquista com as boas atitudes. Os parâmetros para uma atitude ser considerada “boa” são os Mandamentos de Deus. 

Existem bons fundamentos bíblicos para todos esses pontos de vista. Assim, o mais seguro é confessar e crer em Jesus e, ao mesmo tempo, tentar ter uma vida afastada daquilo que desagrada a Deus, não por temer o inferno (pois já se está “salvo”), mas por amar o Eterno.

Há ainda outra divergência. Qual o parâmetro de conduta para a vida do cristão? Ele deve seguir os Dez Mandamentos? O Antigo Testamento? O Novo Testamento? A Bíblia inteira? Parte do Antigo Testamento e inteiramente o Novo Testamento? Há opiniões para todos os gostos.

Creio que devemos seguir o Novo Testamento, isto é, aquilo que Jesus Cristo disse. Isso porque tudo o que Ele ensinou está contido também no Antigo Testamento. 

Pode-se afirmar que Jesus ensinou os princípios, isto é, a essência das inúmeras regras contidas no Antigo Testamento. 

Como muitas regras e muitos mandamentos do Antigo Testamento foram distorcidos pelos religiosos ao longo dos séculos, Jesus nos apresentou a essência e a verdade daquilo que se espera de nós, sem, contudo, contrariar o que foi dito antes.

Perceba que no cristianismo a salvação da alma depende de reconhecer Jesus como Salvador e Senhor, por esse motivo é que existe a tentativa de conversão de pessoas de outras religiões à fé cristã. Infelizmente, ao longo da história já se fez muito mau uso disso (interesses não sinceros), o que se tornou uma mancha na história da Igreja.

Islamismo

Para o islã, também haverá um Dia do Juízo Final (Yawm al-Qiyamah) ou Dia do Ajuste de Contas, em que os mortos ressuscitarão para serem julgados por seus atos.

O islamismo compartilha com o cristianismo a visão de um inferno (jahannam), como lugar de sofrimento eterno. Na Surata 23:103, lê-se “… serão desventurados e permanecerão eternamente no inferno”. Esse local tem sete níveis e, quanto mais profundo, pior. Os judeus ficariam no segundo nível (Al Laza – fornalha) e os cristãos no terceiro (Al Hutama – o esmagado). Os que alcançam a salvação são enviados para o paraíso (jannah).

Para o seguidor do islã, a salvação depende da crença em Alá como Deus e em Maomé como seu verdadeiro mensageiro, bem como do sincero arrependimento dos maus caminhos, com a consequente prática em conformidade com a vontade de Alá (que está expressa no Alcorão).

Matt Slick explica o seguinte sobre o tema:

No islã, a fé em Deus não é suficiente. No islã, as obras dos muçulmanos serão pesadas no Dia do Juízo Final, e então será decidido quem é salvo e quem não é. Com base em se a pessoa era um muçulmano ou não, e se foi sincera em arrependimento e se apre­sentou boas obras suficientes para compensar as más obras, então existe a possibilidade de salvação. (“O islamismo e a salvação pelas obras”)

No islamismo a salvação depende não apenas do estilo de vida, ou seja, das atitudes praticadas (como é no judaísmo), mas necessita também de um tipo de fé espe­cífica em seu “deus” (como é no cristianismo), por isso há o proselitismo tentando converter as pessoas à fé em Alá como sendo Deus e Maomé como seu mensageiro (profeta). Assim, uma pessoa se torna muçulmana fazendo, com entendimento, a seguinte declaração de fé: “Nada merece adoração exceto Deus, Allah, e Muhammad é o mensageiro de Deus”.

Não é difícil imaginar o porquê de tanta guerra e conflito, com as duas maiores religiões monoteístas tentando converter as pessoas para sua crença, com duas “declarações de fé” distintas e, pelo menos aparentemente, excludentes.

Conclusão

Espero ter conseguido transmitir ao leitor, ainda que superficialmente, um pouco sobre o surgimento de cada uma das três principais religiões monoteístas atualmente existentes, bem como a visão de cada uma acerca daquilo que geralmente se conhece como “salvação da alma”.

Relevante sempre lembrar o que Jesus disse ser verdadeiramente importante:

“Mestre, qual é o mais importante de todos os mandamentos da Lei?”

Jesus respondeu:

Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente”. 

Este é o maior mandamento e o mais importante. 

E o segundo mais importante é parecido com o primeiro:

“Ame os outros como você ama a você mesmo”.

Toda a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas se baseiam nesses dois mandamentos. (Mt 22:36-40)

Que o Eterno Deus abençoe cada leitor. 

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Sobre o Autor

H. S. Lima

H. S. Lima é escritor, advogado e palestrante. Tem como propósito de vida compreender os princípios eternos contidos principalmente nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, chamados de Pentateuco ou Torá, identificar a compatibilidade com a mensagem de Jesus Cristo, para então ensinar como observá-los na vida pessoal e profissional.

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