“Os grandes navegadores devem sua reputação
aos temporais e às tempestades.”
(Epicuro)
Há uma errada crença de que quando Deus estabelece um objetivo o seu cumprimento transcorrerá sem grandes dificuldades, sem necessidade de esforços exagerados, sem empenho excessivo, como se tudo fosse se concretizar quase que naturalmente, pois já teria sido “decretado pelos céus”.
Alguns até mantêm uma postura de passividade por acreditarem que desse modo não estarão fazendo as coisas na “força do braço”.
Nada mais equivocado e distante dos inúmeros exemplos bíblicos do que essa forma de pensar.
Cito dois exemplos.
Quando ainda bem jovem, Davi foi ungido rei de Israel. Desse momento até efetivamente reinar sobre toda Israel, passaram-se anos, mas o tempo nem é o problema, pois o que realmente chama a atenção são as enormes dificuldades pelas quais ele passou. É certo que, durante o reinado de seu antecessor, Davi aguardou pacientemente para “não tocar no ungido de Deus”. Contudo, após a morte do rei Saul, Davi precisou lutar, e muito, para conseguir conquistar e unificar o reino. Chega a ser hilário que, diante de um aparente empate (numa determinada batalha, morreu a mesma quantidade de guerreiros de cada lado) entre as forças de Davi e de seu adversário Isbosete (filho do falecido rei Saul), ainda foi necessário um “vira-casaca” (Abner, após ser injustamente acusado de imoralidade sexual) na guerra para que Davi efetivamente conseguisse concretizar algo que havia muito tempo já era plano de Deus.
Outra situação que chama atenção é a Terra Prometida, que poderia também ser chamada de Terra Prometida e Conquistada. Deus prometeu a Abraão que sua descendência ocuparia a região que hoje é o Estado de Israel. Ele disse até quando isso ocorreria: após quatro séculos de escravidão no Egito. Porém, todo o processo de enfrentamento ao faraó, a saída do Egito, a peregrinação pelo deserto e as incontáveis lutas para a efetiva tomada da Terra Prometida deixam claro que, em determinadas situações, para os projetos de Deus se realizarem, é imprescindível de nossa parte incrível dedicação, esforço, coragem, constância e fé.
É o clássico exemplo de que, quando Deus quer prover de alimento alguma pessoa ou família que está passando fome, Ele não vai simplesmente fazer materializar um prato de comida na frente dela (até poderia fazê-lo, se quisesse, mas não é assim que Ele normalmente age). Ele vai colocar esse propósito no coração de alguém e essa pessoa vai ter que corresponder, obedecer e fazer a parte dela: sair de sua zona de conforto, comprar uma cesta básica e providenciar que chegue até quem está precisando. Esse é o significado de ser “usado por Deus”.
Voltemos ao tema. Diante da constatação feita, o leitor pode indagar: “quer dizer que Deus não estava com eles? Não os ajudou, abençoando-os?”. Estava sim. Claro que sim, porém não da forma como se costuma pensar. Ele estava fazendo a parte d’Ele: dando capacidade (leia-se: unção) e garantindo as condições para que o projeto tivesse êxito. Aos homens, por outro lado, cabe cumprir com sua parte (esforço, iniciativa, planejamento, dedicação etc.)
Deus fazer as duas partes é exceção. Ele prefere nos ter como coautores nas realizações.
Portanto, o fato de ter a bênção divina não garantiria que as coisas seriam fáceis. Houve batalhas, mortes, dor, sofrimento, perdas.
CONTINUA…
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